“Não vai ter ninguém que não goste desse clube”, diz Abel Braga ao assumir como diretor técnico do Inter
Velho conhecido da torcida colorada, Abel Braga foi apresentado oficialmente nesta quinta-feira em sua nova função no Inter. Ídolo como treinador, o ex-comandante, que ajudou a salvar o clube da queda para a Série B, estreia agora como diretor técnico e deixou claro que chega com otimismo, mesmo reconhecendo que a próxima temporada será de “transição”. Em entrevista coletiva, Abel explicou suas atribuições, defendeu a escolha por Paulo Pezzolano como treinador e apontou o aspecto anímico e a falta de confiança como os principais problemas enfrentados pelo time em 2025.
Com o discurso característico, Abel destacou que o novo momento exige convicção, identidade e ambição, independentemente das limitações financeiras. “Aqui não vai ter nenhum atleta, ninguém, que não goste desse clube, que não conheça esse clube. Vamos pensar grande. Não tem dinheiro? Azar. O dinheiro vai aparecer. Quem assumiu um clube de futebol sem dívida? Quem sai de um clube de futebol em dívida. Mas os clubes estão aí!”, afirmou.
Ao avaliar o elenco, o dirigente disse ter encontrado um grupo com qualidade quando assumiu o time nas duas rodadas finais do Brasileirão, mas profundamente afetado emocionalmente ao longo da última temporada. “Vim acreditando que o time do Inter é bom. Passaram dificuldade. Animicamente estava horrível. Não vamos fazer uma reestruturação louca. Mas as coisas vão mudar, dentro de uma racionalidade”, garantiu.
Abel também relembrou a decisão inicial de acompanhar o time em partidas recentes, ainda antes de assumir oficialmente o cargo, e explicou o caráter emocional daquele gesto. “Vir para os dois jogos foi uma ideia maluca, tomada com o coração. Mas depois que a gente viu tudo, e o final foi feliz… Falei que vim porque acreditava no grupo. E agora aceitei esse novo cargo com consciência do que precisamos fazer. Agora foi uma decisão consciente”, disse.
Sobre sua atuação no dia a dia, Abel deixou claro que não interferirá diretamente nas decisões de campo, mas atuará como suporte permanente à comissão técnica. “Na minha função, vou tentar fazer o que eu gostaria de ter tido como treinador. Alguém que segura as bronquinhas, aqueles problemas bobos que tiram o foco. O foco do treinador tem que ser o treino, o time e as coisas do campo. Não vou escalar time, não vou substituir jogador, mas vou estar sempre ao lado”, explicou.
Segundo ele, o papel de intermediário será fundamental para preservar o ambiente de trabalho. “Vou ser o intermediário entre o corpo técnico e os jogadores. Quando eu estive no Vasco, devo ter enfrentado uns 50 pequenos problemas. E nunca ninguém ficou sabendo. O técnico tem que se preocupar com o campo”, completou.
Abel Braga também reafirmou que a escolha por Paulo Pezzolano é uma convicção da direção e demonstrou confiança no novo projeto. Mesmo com os desafios previstos para 2026, o tom foi de esperança. “Estamos extremamente esperançosos de que vai ser um ano legal”, concluiu o novo diretor técnico colorado.
Fonte: CP