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Sete partidos registraram queda no número de filiadas no RS

Se o crescimento de filiadas não é volumoso, o movimento contrário parece um mais acelerado. Dos dez maiores partidos analisados, sete registraram quedas (em ordem de percentual crescente): PT; União Brasil; PSB; PP; MDB, PTB e PDT. 

O PDT foi o partido que mais perdeu mulheres em números brutos, 1.653 no período do levantamento. Conforme a presidente da Ação da Mulher Trabalhista (AMT) do RS, braço feminino da sigla, Mirian Fonseca, os casos de desfiliação são analisados individualmente, inclusive, destacou um trabalho de valorização para reverter essa migração.

“Por óbvio, temos a preocupação de alavancar nossos índices positivos, mas nossa preocupação é também com cada uma delas, para que continuem com o desejo de seguir na vida partidária e eleitoral, sem nenhum prejuízo pessoal. Esta é nossa principal meta”, destacou. Ela cita ainda como um fator a polarização extrema, que deixou o PDT mais “isolado” como partido de centro-esquerda nas últimas eleições gerais.

Já o PTB foi aquele que mais perdeu filiadas percentualmente, tendo uma baixa 1,9%. O partido, que tinha 53.338 mulheres, passou para 52.297.

“Isso acontece de forma geral nas aberturas de janela partidárias (período em que é possível trocar de siglas sem perder os cargos). As pessoas têm a possibilidade de se adequar a outros partidos. É natural”, entende a presidente do PTB Mulher, Vivian Garcia.

Ela não relaciona a perda às questões que envolvem a fusão com o Patriota. Ainda não oficialmente efetivada pelo TSE, ela originará o Mais Brasil ou Partido Renovação Democrática (PRD). “Para construir não importa o nome, mas os líderes com os quais estamos construindo.”

Violência política inibe presença

Um dos fatores que inibem uma maior presença feminina na política é, na visão da doutora em Ciência Política e professora da Ufrgs, Cibele Cheron, o aumento da violência política de gênero em quantidade e gravidade de casos. Cita a execução da vereadora carioca Marielle Franco, as ameaças contra parlamentares e lideranças partidárias. No RS, um caso recente foi o ataque do vereador Aldo Menegheti (MDB), em discurso na tribuna, contra a prefeita de Balneário Pinhal, Márcia Tedesco (PTB), que após registrou boletim de ocorrência policial.

“Pela carga de preconceito, a fala do parlamentar não contribui com a democracia. Ao afirmar que o lugar da mulher é na cozinha, expressou uma visão machista de que a mulher não tem competência para a função pública. A tentativa de desqualificar a participação da mulher na política não é aceitável”, diz trecho da nota de repúdio.

A presidente do PTB Mulher, Vivian Garcia, diz que declarações machistas, como a dirigida à sua correligionária, “podem levar as mulheres ao isolamento, à medida que podem se sentir sozinhas na luta contra o sexismo”. “No entanto, é importante refletirmos juntas, que podemos combater esses tipos de violência, exigindo um ambiente político mais inclusivo, ético e respeitoso, onde a mulher pode ser do lar, empresária e pública.”

A lei 14.192/2021 prevê pena de um a quatro anos de reclusão e multa para quem cometer violência política de gênero, podendo ser ampliadas em um terço caso cometidas contra gestantes, idosas ou mulheres com deficiência.

Fonte: CP

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