Ampliação da ofensiva de Israel aumenta temor de escalada do conflito no Oriente Médio
A “nova fase” da guerra, anunciada pelo ministro da Defesa israelense no sábado, aumenta a preocupação de uma escalada regional. Na fronteira com o Líbano, multiplicam-se os enfrentamentos com o grupo Hezbollah.
O Exército israelense anunciou na noite desta segunda-feira que bombardeou “infraestruturas” desta organização. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou, em uma entrevista à AFP, que estava fazendo o possível para evitar que seu país entrasse “na guerra”.
A violência também aumenta na Cisjordânia ocupada, onde a Autoridade Palestina reportou 120 mortos desde 7 de outubro. Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de ser responsável pelo “caos mortal” no Oriente Médio.
Nesta segunda, “dezenas” de tanques israelenses realizaram uma incursão nas imediações do distrito de Zeitun, na periferia da Cidade de Gaza, indicaram testemunhas. Segundo o exército israelense, mais de 600 alvos foram bombardeados nas últimas 24 horas.
Em Jerusalém, as sirenas de alerta antiaéreo soaram e foram ouvidas detonações.
Sem cessar-fogo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou qualquer cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde o Exército avança “metodicamente”. Os ataques aéreos e as operações terrestres israelenses se intensificaram desde sexta-feira, com o objetivo de “aniquilar” o Hamas e resgatar os 239 reféns capturados durante o ataques de 7 de outubro, que deixou cerca de 1.400 mortos em Israel.
Os bombardeios de represália de Israel provocaram mais de 8.300 mortos em Gaza, incluindo 3.457 crianças, segundo o último balanço das autoridades de Saúde do território palestino governado pelo Hamas desde 2007.
As forças armadas “ampliaram sua entrada terrestre na Faixa de Gaza. Estão fazendo isso por etapas moderadas e muito potentes, avançando metodicamente passo a passo”, declarou o dirigente israelense após uma reunião de seu gabinete de guerra.
“Os chamados para um cessar-fogo são chamados para Israel se render ao Hamas. Isso não vai acontecer”, afirmou Netanyahu.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, concordaram que um cessar-fogo não era “a resposta adequada no momento”, mas propuseram “pausas humanitárias”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
Fonte: CP