Novo piso gera energia elétrica com passos humanos
magina caminhar em casa e gerar energia elétrica com seus passos num piso de madeira!
Na busca por novas fontes para fornecimento de energia verde para residências, pesquisadores suíços desenvolveram e estão testando um nanogerador inovador. A pesquisa deles foi publicada na revista científica Matter.
O nanogerador permite que a madeira do piso gere energia induzida a partir de passos e resultou em um material 80 vezes mais eficiente, com potencial para alimentar lâmpadas LED e até pequenos componentes eletrônicos.
Um protótipo de madeira projetado pelos cientistas de apenas 2 cm por 3,5 cm foi colocado sob 50 newtons de pressão – uma magnitude inferior a uma pisada humana normal – e produziu 24,3 volts.
Repetindo o experimento com uma amostra de madeira do tamanho de uma folha de papel A4, eles acenderam lâmpadas domésticas de LED e acionaram pequenos dispositivos eletrônicos, como calculadoras, usando apenas passos.
Como conseguiram
A equipe adicionou um revestimento de silício e nanocristais para transformar a madeira, um objeto tradicionalmente incapaz de transmitir eletricidade, nesse nanogerador.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores imprensaram dois pedaços de madeira entre os eletrodos e eles se tornaram eletricamente carregados através de contatos e separações periódicas obtidos através de pisadas, um fenômeno chamado efeito triboelétrico.
No processo, os elétrons são transferidos de um objeto para outro e geram uma carga. Aqueles que doam elétrons são tribopositivos, e os que recebem, tribonegativos.
Uso em edifícios inteligentes
Testando diversos tipos de madeira para obter uma melhor eficiência energética, os cientistas descobriram que o abeto cortado radialmente, uma madeira de construção comum na Europa, apresentou o melhor desempenho como nanogerador triboelétrico.
Guido Panzarasa, professor da ETH Zürich, na Suíça, disse em um comunicado que a equipe se prepara para otimizar ainda mais o nanogerador com revestimentos químicos mais ecologicamente corretos e fáceis de fabricar.
O pesquisador diz que, além de compreender potencialidades ainda desconhecidas da madeira, a intenção é “permitir que a madeira tenha novas propriedades para futuros edifícios inteligentes sustentáveis”.