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RS admite possível atraso na 2ª dose com AstraZeneca em alguns municípios

Algumas cidades do Rio Grande do Sul devem enfrentar desabastecimento de vacinas da AstraZeneca nos próximos dias, admitiu a Secretaria Estadual da Saúde (SES). O motivo se dá em razão do atraso no envio de doses pela Fiocruz, que produz o imunizante no Brasil. 

“O RS recebeu 39% das segundas doses da vacina AstraZeneca, referentes a uma remessa cujo intervalo da data de distribuição completará 12 semanas em 23 de setembro”, informou a SES à reportagem do Correio do Povo. A pasta reconhece, que, diante da situação, pode haver indisponibilidade em algumas cidades.   

O situação se deu em razão do atraso na chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) à Fiocruz para a produção das vacinas. Nesse fim de semana, ao menos cinco estados relataram falta das doses: São Paulo, Rio Grande do Norte, Tocantins e Rondônia e Mato Grosso do Sul. 

A Fiocruz comunicou que a previsão é de retomar a entrega das vacinas ao Ministério da Saúde – que faz a distribuição aos estados – nesta terça-feira. A Fundação manteve a projeção de encaminhar 15 milhões de doses neste mês. 

Ao menos por ora, a SES descarta a possibilidade de aplicar a vacina da Pfizer em substituição à segunda dose da AstraZeneca: “A SES segue as orientações do Plano nacional de Imunizações (PNI)”, enfatizou a pasta, em resposta ao Correio do Povo. A cidade de São Paulo começou a vacinar com Pfizer nesta segunda-feira quem tinha iniciado o ciclo com AstraZeneca. O PNI recomenda que as duas doses sejam do mesmo laboratório. Quem tomou as injeções elaboradas por fabricantes diferentes deve ser acompanhado para monitoramento de possíveis efeitos adversos. No entanto, pesquisas indicam que há segurança nessa medida.

Em setembro, RS recebeu uma remessa da AstraZeneca, vacina mais usada no Estado

A última remessa de vacinas da AstraZeneca que o Rio Grande do Sul recebeu foi em 2 de setembro: 91.250 doses. Foi a única entrega deste mês do imunizante. Outros seis lotes de vacinas chegaram ao RS em setembro, sendo quatro da Pfizer e dois de Coronavac. 

Até esta segunda-feira, de acordo com dados da SES, o RS havia recebido ao todo 6.166.570 doses da AstraZeneca, que é o imunizante que foi mais utilizado no Estado. Desse total, até aqui foram aplicadas 5.920.867 vacinas. A proporção de gaúchos que tomaram a vacina produzida pela Fiocruz chega a 47%. 

Porto Alegre deve manter aplicações

Apesar do cenário, Porto Alegre não deverá interromper a aplicação do imunizante, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Há, segundo a pasta, 16 mil doses em estoque neste momento, o que seria suficiente para manter a campanha. 

Ministério irá reduzir o intervalo entre as duas doses

Nesta segunda-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queirga, afirmou que o intervalo entre as doses de AstraZeneca será reduzido de 12 para oito semanas, a partir das aplicações realizadas na próxima quarta. No RS, desde julho foi adotado o intervalo de dez semanas para o imunizante. 

Mais cedo, o Ministério da Saúde informou, em documento, que estados e municípios que não seguirem as recomendações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 “poderão sofrer com falta de doses para completar os esquemas vacinais da população”.  

Fonte: Correio do Povo